“Eu te
amo, mas tenho medo de me machucar.”
Você
disse, enquanto me beijava.
Não
falamos sobre o momento em que terei de ir embora.
Por
que vai doer?
Acho
que simplesmente porque não vamos saber o que dizer.
Tchau?
Coloca um ponto final, e não queremos isso.
Até
logo parece mais certo, mas não sabemos o quão logo vai ser.
Uma
hora vamos ter que falar sobre isso.
Acho
que vai ser no último dia, quando as areias do relógio tiverem já escorrido
todas para um lado.
Estarei
fazendo 25 anos, cansada de uma festa, louca para te ver. Cabelos ainda
penteados, resto de maquiagem na cara e um sentimento de “e agora?”.
Vou
estar finalmente formada, então vou pensar: “o que vou fazer agora? Onde vou
trabalhar?” e, talvez até mais importante, “como eu e você vamos fazer? E
agora?”
Eu não
posso ficar aqui, já falei. Quero ficar perto da minha mãe e ajudá-la a cuidar
da Jasmim e da Chanel. Ela já teve que fazer muito sozinha este ano. E, me dói
dizer isso, mas estou um pouco cansada desta cidade e sinto falta do movimento
da capital, das facilidades da minha casa de lá (de poder comer do tempero de
mamãe também é muito bom, todo mundo sabe, ainda mais quando o meu deixa muito
a desejar) e é fato que lá há muito mais oportunidades profissionais para mim.
Você
não tem qualquer motivo que seja para se mudar. Sua vida está aqui, seus pais,
seu irmão, seu trabalho, seu gatinho, tudo... a única coisa que vai estar lá
serei eu, e não posso te pedir que abandone tudo para ir comigo, você nem tem
como fazer isso! Sua família está construindo uma nova casa aqui, eles querem
fincar raízes.
Também
jamais te pediria para ir comigo pois sinto que é muito cedo. Se ao menos
tivéssemos nos conhecido antes e tivéssemos mais meses de relacionamento, daria
para chamar isso de sólido, mas ainda está tão recente.
O fato
é que vai chegar a hora da despedida.
Um dia
depois do que pode ser o melhor dia do ano, aproveitando minha celebração ao
seu ladinho.
“Se eu
chorar, ao menos vou poder dizer cada segundo”, você também disse (neste caso
por mensagem), e é isso que estamos fazendo. Tenho orgulho do que estamos
vivendo e queria viver tanto mais ao seu lado, mas não acho que vai ser
possível.
Prometo
voltar para visitar-te.
Vai
ser um “até logo” (sempre).
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