Reencontrei uma antiga amiga em uma aula de dança ontem.
Lembrei das circunstâncias finais da nossa amizade,
quando ela me decepcionou (aqui não vou explanar a situação, mais especificamente
porque não quero revivê-la).
Há uma música do Jamie Cullum em que ele conta que, como
certeza nesta vida, as pessoas decepcionam, e se torna difícil discordar apenas
sendo um ser humano com vivências. Acho difícil encontrarmos alguém que nunca
tenha sido decepcionado por outra pessoa. Traições, ausências, tratamento
inadequados... são muitas as possíveis fontes de decepção, mas o fato é: você
será decepcionado.
Talvez aquela sua superamiga da sétima série discuta com
você depois de adulta, insinuando que você se acha mais inteligente que todo
mundo; quem sabe a sua melhor amiga do Ensino Médio simplesmente suma da sua
vida sem dar mais notícias, não respondendo mais às suas mensagens; ou aquele
cara que você chamava de melhor amigo comece a te responder secamente, sem
motivo aparente... enfim, pessoas vão te decepcionar.
Em contrapartida, é com esses mesmos seres complicados
(incluo eu e você nesta classificação) que você irá dividir os melhores
momentos da sua vida.
Lembra daquela amiga que te acompanhou na formatura? E do
rapaz que foi o seu primeiro namoradinho? Que tal a sua mãe, que te levou para
a escola e segurou o choro enquanto você gritava que queria ir para casa (ou
corria lá para dentro, depende muito da criança).
Companhia sempre será algo relevante, pois vitórias são
muito mais saborosas e derrotas muito menos angustiantes quando temos alguém
com quem dividi-las.
Nem por isso precisamos nos prender a uma pessoa só.
Posso tomar um café com a Manu e ir ao parque com a Isa, lugar para a Nati e
mandar mensagens para a Gabi, sendo que todas elas ocupam espaços no meu
coração com a mesma relevância. Posso ter um final de semana legal com o Lucas
indo ao cinema e ficar mais de uma hora no FaceTime com o Leo (mesmo não
estando apaixonada por nenhum dos dois). Posso ter beijado o Bruno
apaixonadamente e depois o Eduardo, sendo que já superei ambos. Posso até ter
passado domingos maravilhosos na casa da minha avó brincando com a minha prima
e hoje visito aquela casa em contextos diferentes, já que a dona hoje é minha
tia, e nem mesmo falo mais com minha prima.
As pessoas vêm e vão, isso é outro fato, e tudo bem.
Temos que aprender a valorizá-las enquanto estão ao nosso
lado, e deixá-las ir quando chega o momento. Não é porque perdi o contato com a
Vic que o dia em que liguei para ela chorando na faculdade tem menos
importância em meu coração.
As
memórias ficam, boas e ruins (e confesso que tenho uma certa dificuldade de
perdoar quem me machucou, mas isso é assunto para outro texto), e o importante
é que você saiba cultivar momentos ao lado de quem pode estar ao seu lado
naquele específico. Todos podem ser especiais, com a companhia de quem quer que
seja!
Cada
um segue sua vida, e você também vai seguir a sua, apenas garanta que não vai
se arrepender.
Nenhum comentário:
Postar um comentário