Confesso que, uma noite, em
meu período pré-menstrual, chorei como um bebê ao lembrar-me de Felipe. Meu
drama passava das lembranças felizes para: “por que não dou certo com ninguém?”
A química perfeita morava muito longe, e perto eu cuidava
para não chamar de paixão ou até mesmo de crush um qualquer que me olhasse por
um pouco mais de tempo.
Da tristeza, passei para a raiva, e depois para a
aceitação (estágios do luto, certo?). No fim das contas, sei que o que sobrou
foi a carência. Eu estava feliz com meus amigos, trabalho, família, e sentia
que não precisava de fato de um relacionamento ou qualquer coisa do tipo, mas a
verdade era uma só: eu estava subindo pelas paredes.
Mas como a natureza é perfeita, as coisas deram um jeito
de acontecer (eu sou parte da natureza, então tudo que envolve a minha vida
está contido no domínio dela também, pronto, acabou. Raciocínio lógico e sem
falhas).
No fim de um dia, logo que saí do banho e terminei de
passar hidratante nas minhas pernas, percebi que tinha recebido uma mensagem no
Instagram.
@leandrop deseja enviar uma mensagem para @babi.basco.
Era só um ‘oi, td bem? N sei se vc lembra de mim’. Entrei
no perfil para ver as fotos e consegui refrescar a memória. Leandro Pena,
estudou na mesma escola que eu, um ano mais novo. Frequentava a pastoral e eu
até já o tinha visto em alguns acampamentos. Continuava exatamente com a mesma
cara.
“Bonitinho.”
‘Td bem e contigo? Lembro sim, da escola’.
E aí um papo simples começou. Falamos sobre o que cada um
estava fazendo da vida (ele se formou em alguma Engenharia que não lembro
agora), se ainda tínhamos contato com o pessoal da escola (o meu basicamente se
restringe ao Pedro Lucas e a mais uma amiga que sobrou de outra série do Ensino
Médio), o que lembrávamos dos acampamentos (bastante coisa, pois marcaram a
minha vida), até que ele, sem o mínimo de pudor, deixou bem claro que tinha
interesse no meu corpo. Bastante interesse.
Não julguei, não vejo problema nenhum na pessoa ser
direta. Ele comentou que iria ficar sozinho em casa no dia seguinte e eu vi na
hora a oportunidade de me livrar de minha pesada carência, que estava tomando
conta da minha mente e, principalmente, do meu corpo.
Ao final da tarde do dia
seguinte, eu estava com um cropped, uma calça larga, um par de tênis e
uma lingerie preta linda por baixo. Ele me buscou em casa e colocou uma música
que eu comentei que gostava no carro.
- I like guys when they’re younger. - Não consegui
evitar cantar junto.
Chegamos até a confeitaria onde decidimos ter um encontro
normal. Era um local no alto de um prédio com paredes de vidro, de onde
tínhamos uma visão linda de certos pontos da cidade.
EU AMEI.
Pedi um mojito e ele tomou uma versão sem álcool,
já que estava dirigindo. Comi um doce que imitava a Praça do Japão e ele um croissant.
Não quero parecer interessada demais, mas aquele garoto realmente conseguiu
chamar minha atenção, fazendo o exato contrário. Ele me fez perguntas sobre
meus interesses e vivências o tempo todo, conseguiu me fazer rir várias vezes
(ok que o mojito deve ter ajudado) e, quando vi, estava hipnotizada pelo
seu sorriso.
- Então você corre, nada e pedala. Está treinando para um
triátlon?
Ele riu.
- Ainda não. Faço por diversão e saúde, mas quem sabe um
dia.
Acho tão chique esse povo que faz um monte de exercício
por gosto. Uma espécie de geração saúde à qual eu sei que não pertenço enquanto
tiro minhas sonecas no final de semana e como batata frita.
Enquanto conversávamos, o Leandro foi ficando mais e mais
bonito aos meus olhos. Mais interessante. Mais gostoso.
Não consegui evitar passar minha perna pela dele por
baixo da mesa e, quando o vi ofegando, soube que estava na hora de ir embora.
Por sorte, a maior parte dos sinais em nosso caminho
estava verde e chegamos rapidinho ao apartamento onde ele morava.
Já no elevador, joguei aquele rapaz de cabelos e olhos
castanhos contra a parede, beijando sua boca como se o caminho até o oitavo
andar fosse eterno. Corremos como duas crianças até o apartamento assim que a
porta do elevador se abriu e, quando ele virou a chave, voltei ao modo de
ataque.
Ele me levou até seu quarto, quando percebi que estava
indo com muita sede ao pote e decidi desacelerar um pouco.
Olhei fundo em seus olhos e comecei a beijar levemente
seus lábios, deixando minhas mãos ao redor de seu pescoço. Muito devagar,
coloquei minha língua para dentro de sua boca e fiz movimentos sincronizados
com os seus. Suas mãos começaram a passear por minhas costas, fazendo-me querer
mais, quando ele as posicionou mais abaixo para ter apoio suficiente para me
colocar em seu colo. Em poucos segundos, estávamos na cama, nos beijando bem
lentamente.
Passei minhas mãos por seus peitos, glúteos e coxas,
enquanto sentia sua boca passear entre minha orelha e meu pescoço. Não consegui
evitar soltar um gemido quando ele me virou e se posicionou em cima de mim.
Logo antes de tirar a camiseta que estava usando.
Seus braços eram fortes e o abdome levemente marcado, o
que só me fez ofegar mais.
Ele me puxou para perto e voltamos a nos agarrar.
- Ai, Leandro... - Gemi, entre beijos e passadas de mão.
Arranquei o meu cropped o mais rápido que pude,
deixando à mostra meu lindo sutiã rendado, o qual ele agarrou, juntamente com
os meus seios, forte mas nem tanto, para não causar dor e sim apenas prazer.
Não demorou para que ambos tirássemos nossas calças e
estivéssemos um perante o outro, nos analisando.
- Você é muito gostosa!
Voltei para a cama e sentei-me, pronta para beijá-lo
novamente. Leandro foi ao meu encontro e abriu meu sutiã, deixando meus seios à
mostra. Chupou o direito e depois o esquerdo, me fazendo delirar, e em seguida
me colocou deitada e começou a descer, passando os lábios por todo o caminho,
até chegar ao centro do meu prazer.
Gemi e gritei até chegar ao clímax, que foi quando me
levantei, um pouco tonta, e arranquei sua cueca.
Fiz com ele o que tinha feito comigo e mais um pouco,
usando minhas mãos ao mesmo tempo. Depois de alguns minutos, o moreno pediu que
eu parasse, para ir buscar uma camisinha. Ele voltou em menos de trinta
segundos, já pronto para ir até o final.
Deitada de barriga para cima, senti seu peso sobre o meu
corpo e sua presença dentro de mim. Com movimentos ritmados, ele foi fazendo
com que toda a minha carência fosse pelos ares, enquanto gemia e dizia meu
nome, entre elogios e xingamentos.
Logo, foi a minha vez de ir por cima. Comecei devagar e
fui aumentando o ritmo, enquanto o via, de boca aberta, revirar os olhos.
Decidi começar a rebolar, movimento que adoro fazer, para deixá-lo ainda mais
louco.
Trocamos de posição mais umas três vezes, até estarmos os
dois de volta à inicial, ele por cima, agarrado em mim, e eu por baixo, com as
pernas enlaçadas em suas costas. Leandro me beijava com voracidade, mostrando-se
cada vez mais cansado, mas sem a mínima vontade de parar.
Quando foi terminar, ele olhou em meus olhos, o que me
deu mais um momento de prazer, e, alguns segundos depois, estávamos os dois
deitados de barriga para cima, tentando recuperar nossas respirações.
Leandro me abraçou e beijou mais uma vez, e ofereceu todo
tipo de coisa: comida, bebida, um banho, um pernoite. Recusei tudo e decidi
ficar ali com ele, apenas aproveitando mais de seu papo simples e gostoso.
Depois de mais ou menos uma hora, pedi que me levasse em
casa, o que ele fez sem pestanejar.
Nos despedimos e não nos falamos mais desde então.
Alguns tipos de amores são para a vida toda, outros se
encaixam em um verão, e tem outros que nasceram para durar apenas por um dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário