Sendo uma menina que cresceu assistindo histórias de
princesa e lendo romances adolescentes, é claro que minhas expectativas para o
amor são um pouco altas. As referências são de caras que movem o mundo para
estarem com suas amadas e fazê-las felizes.
Sendo uma menina que viveu uma adolescência não sendo
exatamente agraciada com o dom da beleza (as fadas madrinhas esqueceram de
passar no meu batizado) e não viveu nenhuma história de amor juvenil, é claro
que, hoje em dia, quando um cara me enche de elogios, eu acabo me curvando para
a frente (sabe quando você coloca a mão no peito e se joga para a frente como
se seu coração tivesse sido atingido? Então, é sobre isso que estou falando).
É verdade que o tempo me fez bem e eu acabei ficando um
pouco mais atraente, mas as decepções amorosas são comuns a pessoas de todos os
tipos de aparência (tenho inúmeras histórias, e não procuro aborrecer ninguém
aqui, então vou fingir que esqueci o meu único namoro que durou somente uma
semana e focar nas coisas boas... é, não tenho nenhuma no quesito romântico,
mas pelo menos me sobram ofertas de seres do sexo oposto querendo ser
agraciados com a minha presença em seus quartos, se é que isso pode ser considerado
algo bom).
O fato é que, quando um garoto me aborda, com gentileza
e, por um acaso que pode não ser tão aleatório assim e sim uma mistura de
características, biológicas, psicológicas e energéticas, eu me interesso pelo
dito cujo, me interesso por inteiro.
Geralmente a história se dá da seguinte forma: ele vem
atrás de mim, fala umas palavrinhas bonitas e eu começo a achar que seu rosto
também pode ser creditado com este adjetivo e começo a me curvar para a frente
(já cobrimos o significado da expressão). Eles não economizam saliva (ou dedos,
quando estamos falando de mensagens) para me elogiar e prometer uma ou
quinhentas coisas (uns na realidade, outros só na minha cabeça, mas pelo menos
eu sou apenas uma romântica fanfiqueira, e não mentirosa).
Aí começa a parte em que não consigo tirar o escolhido da
vez da cabeça, e fico lembrando das coisas que ele me disse. Dele? Mais
especificamente dos cenários que ele alimentou. E foi aí que percebi: que
carência desgraçada! Nem sei quando foi a última vez que me apaixonei por uma
pessoa de fato, e não pela expectativa de ser amada.
Chegou a hora da terapia, que é quando eu peço que você
se questione? Você está amando alguém ou só como esta pessoa faz você se
sentir? (Ou pelo menos o que disse que ia fazer) Claro que é muito bom ser
amada, acolhida e mimada, mas tenha certeza de que você não está com alguém
pelos motivos errados, pois esta pessoa também merece ser amada por completo.
No final das contas, eu é que estava sendo injusta com os
indivíduos masculinos (não que eles não cometessem a sua cota de erros). Você
gosta dele só porque ele gosta de você? Insuficiência. Está na hora de
aprendermos a amar a nós mesmas, o que pode ser um processo bem longo, para
somente depois sermos capazes de realmente amar alguém, pelo que esta pessoa é,
e não pelo que pode nos proporcionar.
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