Quando eu tinha apenas 16 anos
Me perguntaram quais eram meus
planos
Qual seria minha razão de
viver
Com vergonha e sem certeza
Respondi com gentileza:
“Temo ainda não saber”
“Isso não pode ficar assim!
O colégio está chegando ao fim
Você vai precisar escolher”
“Escolha o que dá dinheiro”
“Escolha o que é verdadeiro”
Eles costumam dizer
Uma fala bem antiga
Que me dá frio na barriga
“Não sei o que quero ser”
Olho pra baixo e torço o nariz
“Tenho medo de não ser feliz”
“Tenho medo de me arrepender”
“Ela é cheia de frescura
Vê se pode, à essa altura
Não saber o que fazer”
“Olha aquela menina
Ela quer Medicina
Como essa vai sofrer!”
“Aquelas ali querem Artes
Cênicas
E o pior é que nem são as
únicas
Bem, vão acabar por
enlouquecer...”
“Ela quer Direito!
Mas não leva jeito
... Nunca vai vencer”
“Você precisa estudar!
Foque no vestibular!
Há muito para se ler
A escolha, entretanto
Olha, por enquanto
Pode até esquecer”
Agora estou estudando
Estudando e pensando
Tentando resolver
Então quando você chegar
E outra vez me perguntar
Já sei como vou proceder
Vou te olhar de modo singelo
E dar um sorrisinho amarelo
Sem realmente te responder
“Acho que está muito cedo
E confesso, tenho medo
Tenho medo de crescer
Eu decidi que vou continuar
Para onde esse caminho levar
Desde que não venha a
retroceder”
A minha mente é cheia de
borrões
Carrego nela diversas questões
Que podem me fazer estremecer
Hoje, sobre o assunto em
questão
Sou a própria interrogação
Mas um dia vou entender
(2016)
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